Filosofia e Sociologia
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terça-feira, 20 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Justiça apresentada por Polemarco
Estudos sobre Platão - A República - Livro I - Análise socrática da definição de Justiça apresentada por Polemarco
O livro I da República de
Platão contém um diálogo entre Sócrates e Polemarco sobre a natureza da
justiça. Polemarco assume a tese, atribuída ao poeta Simônides, na qual
o justo é devolver o que se deve aos amigos e aos inimigos, sendo o
bem àqueles e o mal a estes. Sócrates se utiliza de um método para
examinar esta asserção. Vejamos, como sugestão de interpretação, algumas
importantes passagens:
Polemarco inicia afirmando que "é
justo devolver aquilo que devemos". Sócrates encontra a exceção quando
empreende o seguinte raciocínio: se alguém lhe pedir para guardar uma
arma e após um tempo pedir sua restituição, o justo é devolvê-la ao
requerente; mas no caso do requerente ter perdido a razão, e apresentar
sinais de que tal restituição o será prejudicial, então o justo é não
devolver a arma, e, portanto, não devolver o que se deve. Neste último
caso, porém, quem não restitui e quem requere possuem uma relação de
amizade.
Observe como Sócrates transporta a tese
que primeiramente se apresentava em um âmbito estritamente impessoal
para, em seguida, apresentar-se em um âmbito que pressupõe uma relação
qualificada com o caráter de amizade/inimizade. Não importa, no
fundo, que na relação com um desconhecido eu devolva, independentemente
do seu estado mental, o que ele me conferiu; mas se a relação com outrem
for de amizade ou inimizade, então o justo passa a ser que eu devolva a
ele o que os amigos e os inimigos devem uns aos outros: o bem ou o mal,
entendidos aqui como benefícios e prejuízos. No caso de um amigo
depositar, quando em sã consciência, uma arma em minha custódia, e, após
ter perdido a razão, requerer sua arma novamente, o justo é que
eu devolva o benefício a ele, e que, neste caso, consiste em não
devolver a arma. Torna-se necessário, encontrada a exceção, readaptar a
tese, que agora se afigura ser justo devolver o que se deve, sendo o bem
ao amigo e o mal ao inimigo. A impessoalidade na questão sai de cena
e oferece espaço à relação pessoal.
Sócrates continua seu exame e questiona
sobre a utilidade da justiça em tempos de guerra e em tempos de paz. A
justiça se mostra útil em tempos de guerra, pois simultaneamente o justo
pode ajudar seus amigos contra seus inimigos -- aliando-se a uns
enquanto causa prejuízos aos outros. Em tempos de paz, no entanto, a
justiça se mostra "pouco importante", já que ela somente se aplica a
coisas inúteis, na medida em que possui seu valor enquanto retira o
valor de uso daquilo depositado (dinheiro, ferramentas etc.). Também em
tempos de paz a justiça se mostra duvidosa, pois o justo se mostra
como um ladrão, enquanto guarda e restitui corretamente em favor dos
amigos e guarda e rouba em prejuízo dos inimigos. Sem contar a
possibilidade de um amigo se tornar futuramente inimigo e perder seu
"bem" depositado. A utilidade da justiça perde sua credibilidade
enquanto existir a possibilidade permanente do homem justo mudar da
condição de amigo para inimigo.
Tentemos perceber como Sócrates
raciocina sobre a possibilidade de se devolver o mal ao inimigo: caso se
faça mal a um ser humano, este, obrigatoriamente, tornar-se-á pior do
que antes. Imaginemos deixá-lo sem alimentação e sem saúde suficiente:
ele se tornará desnutrido e terá sequelas físicas e mentais quanto a
saúde. Da mesma maneira que não é dado ao calor esfriar, nem ao árido
umedecer, não é possível que uma ação honesta torne alguém desonesto,
nem a quem executa a ação, nem a quem aprende com ela, caso tal
ação sirva de modelo. Se a ação boa não pode tornar ninguém mau, então a
ação justa não pode tornar ninguém injusto. E é exatamente isto o que
acontece, segundo Sócrates, ao se assumir a tese defendida
por Polemarco: quanto mais se faz justiça, mais injustiça se causa, ao
passo que fazer mal a um ser humano desonesto é torná-lo pior do que ele
já é; consequentemente, se o homem justo é bom na medida em que cumpre a
justiça com honestidade, e o homem mau é injusto na medida em que é
desonesto, quanto mais bondade o homem justo fizer, punindo o homem mau,
pior este homem se tornará e mais maldade (desonestidade) ele causará;
quanto mais desonestidade causar mais injusto será, já que injustiça e
inimizade é, neste caso, ser desonesto. A verdade é, segundo Sócrates,
"que não é licito fazer o mal a ninguém e em nenhuma ocasião".
Como conclusão se pode perceber que do ato justo nasce a injustiça, tratando-se de uma contradição que destrói o sentido e a aplicabilidade do modelo encontrado, o que é absurdo para Sócrates.
__________________________________________________________________________________
PLATÃO. A República de Platão; tradução de Enrico Corvisieri. Nova Cultural, São Paulo: 1999.
Como conclusão se pode perceber que do ato justo nasce a injustiça, tratando-se de uma contradição que destrói o sentido e a aplicabilidade do modelo encontrado, o que é absurdo para Sócrates.
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PLATÃO. A República de Platão; tradução de Enrico Corvisieri. Nova Cultural, São Paulo: 1999.
Fonte: http://tiagomviolante.blogspot.com.br/2012/09/estudos-sobre-platao-republica-livro-i.html
terça-feira, 18 de setembro de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Trabalho interdisciplinar !!!
Lixo extraordinário
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
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